sexta-feira, 27 de abril de 2012

Cromos verde-rubros: Paulo Autuori

Nome completo: Paulo Autuori de Melo
Data de Nascimento: 25 de Agosto de 1956 (55 anos)
Função: Treinador
Épocas no Marítimo: 1991 a 1995


Diz a bíblia que Jesus Cristo tinha 33 anos quando foi crucificado. Na próxima temporada, o Marítimo partirá para a sua 33ª presença no escalão maior do futebol português. E, na bíblia maritimista, essas 33 presenças podem ser divididas em duas eras: antes de Autuori (A.A.) e depois de Autuori. (D.A.). Na era A.A, o Marítimo era um clube que jogava pelo seguro, ou seja, lutava sobretudo para não descer de divisão e tinha uma dimensão praticamente regional. Depois, chegou Paulo Autuori e tudo muda.
Na primeira temporada do treinador brasileiro, em 1991/92, o clube atinge um sétimo lugar, algo inédito até então. Na época seguinte, acontece a tão ansiada primeira presença europeia dos verde-rubros nas competições. Quando este feito aconteceu, Autuori tinha apenas 37 anos. Era um jovem técnico promissor.
Antes de chegar ao Marítimo, tinha orientado o Guimarães e passou por uma fase negra na carreira ao serviço do Nacional, levando o nosso rival pela primeira vez à I Divisão. Era um filósofo do futebol de ataque e no seu dicionário não existia a palavra contenção. Não se intimidava perante nenhum adversário, jogando sempre de igual para igual, quer o oponente se chamasse Amora ou Juventus.
Essa filosofia custava alguns pontos, mas também vitórias inesquecíveis, como aquela sobre o Boavista (3-2), em que se festejou a primeira qualificação europeia. Nessa partida, o treinador brasileiro arriscou tudo, colocando em campo Paulo Alves (avançado) para o lugar de João Luís (defesa-central) e virando um resultado que era desfavorável. Duas jornadas antes, o nosso clube deu um banho de bola ao Sporting, vencendo por 4-2.
A mentalidade imposta tinha uma teoria simples: tudo pelo espetáculo e tudo pelo golo. E os números não mentem. 56 golos, o quarto melhor ataque da prova. Os jogadores interpretaram as teorias do treinador como verdadeiros artistas, nomeadamente o tão afamado trio maravilha, composto Jorge Andrade, Edmilson e Ademir.
Pela mão de Autuori, o Marítimo qualificou-se por duas vezes para a Taça Uefa. E, como não há duas sem três, o técnico brasileiro fez mais uma vez história no nosso clube, garantindo a primeira presença no Jamor.
Em suma, no período A.A. o Marítimo era um clube de dimensão regional. Com o começo da era D.A., o Marítimo passou a ser uma das melhores equipas de Portugal e atravessou fronteiras, ganhando uma dimensão europeia.

Nota: Em minha opinião, o melhor treinador que o Marítimo já teve.

7 comentários:

  1. Belos tempos do Autuori no GRANDE NACIONAL!!!!!

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  2. Acredito que sim. Mas os tempos dele no Marítimo foram melhores :)

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  3. Grande Nacional? Nos anos 80?
    Parece que há alguém que andou muito distraído nas aulas de história.

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  4. Bom texto MGP, Parabéns!! Paulo Autuori é sem dúvida dos treinadores que mais marcaram a história do CSM das últimas duas décadas. Nelo Vingada e Pedro Martins, a meu ver também têm lugar no pódio.

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  5. A Madeira não necessita de dois clubes na primeira liga, temos de obrigação de poupar. Vamos acabar com o Marítimo e deixar o único clube que representa a Madeira, o Nacional. (Ou menos já fomos a fase de grupos da Liga Europa) e vocês? e isto para não falar que têm adeptos vendidos aos 3 grandes.

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  6. Afinal o "PortoSempre" é também adepto do nacional. Está tudo explicado.
    Nada de novo visto que esta discussão não acontece na Choupana, lá por cima aceita-se com toda a naturalidade o apoio a dois clubes. Viram as imagens dos festejos na Av. do Mar? Foi um bom exemplo daquilo que eu estou a falar.
    E já agora, mude a cassete, essa da fase de grupos já está gasta. O Marítimo já se apurava para as competições da UEFA antes de existir fase de grupos, chegando a uma fase da competição que, se formos a comparar com o formato actual, está à frente da fase de grupos.
    Tenho pena que esta situação, esta discussão, não seja também levada a sério pelos adeptos do nacional. É das poucas coisas em que deveríamos estar unidos, mas assim não o entendem.
    E digo-lhe mais, se é para isto, se os clubes da região servem apenas para ser usados por conveniência então que acabem com eles porque não faz sentido o esforço que meia-dúzia faz para estar há décadas na I Liga.

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  7. Se fosse para haver um clube único era o Marítimo. Ao contrário do que você diz, os maritimistas não são vendidos aos três grandes. Esta temporada, a média de adeptos ronda os 4 mil em cada jogo, quer seja contra os clubes do sistema ou contra o Feirense e Leiria. E do seu clube, com um estádio com capacidade para quase oito mil pessoas, chega aos mil nos jogos com os ditos pequenos?
    E os adeptos do Marítimo não têm problemas em assumir que são do Marítimo, quer a equipa estivesse na I Liga ou III Divisão. Ao contrário de muitos adeptos alvinegros que andaram escondidos na toca durante quase duas décadas.

    E já agora, da próxima identifique-se. Só os cobardes não assinam.

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