segunda-feira, 13 de maio de 2013

Fim de ciclo

Em pouco mais de dois anos, caiu por terra a política desportiva regional e a ilusão de um projecto que, pelo meio, perdeu o controlo e criou um monstro insustentável.
Sejamos críticos e implacáveis em relação aos exageros do passado e a sonhos megalómanos validados por quem, na ânsia de a todos agradar, a todos colocou em perigo, mas procuremos agora as soluções e aproveitemos o momento para repensar o desporto regional de forma séria e sem lutas mesquinhas financiadas pelos dinheiros públicos e que muito ajudaram a criar um excesso de clubes, associações e parasitas que se alimentavam do monstro. 
O importante, quanto a mim, é manter a oferta formativa, apoiar as escolas que com boas infra-estruturas podem criar equipas em várias modalidades, ajudando a melhorar a competitividade e aumentando a base de recrutamento, aproveitando depois os  melhores para aquilo que seriam as "equipas de elite" que permitiriam a sobrevivência das várias modalidades e da sua representação nacional, recorrendo a fusões ou parcerias que criariam projectos representativos da respectiva modalidade, com a ambição de, na maioria, poder lutar pelos títulos nacionais e formar mais atletas madeirenses para as selecções nacionais, projectos olímpicos, etc. 
Não o vejo de outra forma mas poderão haver alternativas mais credíveis. É por isso que é importante discutir estes assuntos mas não é isso que acontece. As notícias são diárias, as ameaças constantes, mas ninguém promove o debate, ninguém parece preocupado.

Para os mais desatentos fica a lista das equipas que tombaram (despromoção, extinção da modalidade, suspensão da participação nacional) nos dois últimos anos (com base num trabalho do "DN") vítimas dos atrasos no que estava contratualizado, da consequente perda de qualidade dos seus plantéis e das dificuldades com as viagens em que o governo central subsidia as equipas continentais em competição nas ilhas mas não o contrário, sendo que as equipas que não constam da lista estão TODAS seriamente ameaçadas e não têm qualquer garantia de que estejam a competir na próxima época.

E nós vamos desistir de tudo. Não há reacção, não há interesse no debate, ficamos à espera. E um dia, quando contarem aos nossos filhos a história, estes hão-de perguntar porque não lutamos pelos nossos interesses, pelo nosso clube e nós ficaremos  envergonhados, sem resposta, sentindo que fomos uns bananas e que a culpa também foi nossa. E aí teremos pena pelos danos irrecuperáveis que sofremos e viveremos com a culpa de não ter acordado a tempo, de não ter sequer tentado. 

Futebol:
Camacha 
Ribeira Brava

Ténis-de-mesa:
Masc. 
1º Maio
Ponta do Pargo
Fem. 
G. D. Estreito 
ACM Madeira
SP. Porto Santo 
CTM Ponta do Sol
São João

Voleibol: 
Masc. 
AD Machico 
Fem.
C. S. Madeira

Hóquei: 
Portossantense
São Roque

Atletismo: 

 

15 comentários:

  1. Houve uma dependência exagerada do subsídio. Não existiram projectos que tornasse as associações e clubes auto sustentáveis, já que os dinheiros públicos constituíam grande parte do orçamento dos clubes, o que deveria constituir alerta para inverter a tendência. O pior como é exemplo do Porto Santo, SAD não houve aposta nos jovens. E digo aposta no que respeita ao fim de ciclo nas camadas jovens. Em iniciados, juvenis e júniores eram campeões regionais (por mais de uma vezes venciam num ano os três escalões), com Porto e Benfica a serem os únicos que faziam frente a nível nacional (praticamente). O que aconteceu foi um bloqueio por jogadores argentinos, espanhóis e outros com tantas nacionalidades, que impediram o jogador da terra de mostrar o seu valor (com ordenados astronómicos). No fim, no aperto financeiro, quase que era pedido uma rápida adaptação. Resultado? Está à vista de todos. Existem desportos que absorvem grandes quantidades de dinheiro quando ao fim ao cabo contribuem pouco para a formação, quer desportiva, quer pessoal.

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  2. Nunca houve condições para o Porto Santo ter uma equipa de hoquei profissional.Deviam sim apostar nos desportos nauticos,no atletismo,tenis ...enfim modalidades viáveis economicamente.Mas é no desporto para todos o caminho a seguir.No futebol profissional,os principais clubes madeirenses não têm condições de manter um nivel elevado sem ter ajuda do governo regional e muito menos condições terá manter três equipas profissionais numa ilha tão pequena e pobre! Mas a marca Madeira unificada e com uma comunidade madeirense espalhada pelo mundo vale muito em termos comerciais e essa pontencialidade não está aser aproveitada...

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    1. Tanto tinha condições que era das melhores equipas europeias. Ainda recordo de atingirem a Taça CERES (espécie de Liga Europa comparando com o futebol). Os clubes podem ser auto sustentáveis e isso parte sempre num grande investimento formativo, sempre! A Madeira consegue melhor. Mas é verdade que muito clube foi criado com o objectivo de sugar subsídios.

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  3. Por isso é que acho que se devia salvar as camadas jovens das várias modalidades, sendo que essas seriam a base do sustento daquilo que eu chamaria as "equipas de elite", a tal "marca Madeira unificada".
    O Porto Santo voltaria a competir nos escalões de formação e os melhores seriam aproveitados para essa "super-equipa". Depois a criatividade faria o resto. Poderíamos ter alguns jogos no Porto Santo, poderiam organizar-se torneios, etc.

    E essas equipas poderiam resultar de uma fusão/ parceria entre os clubes que sempre apostaram nas respectivas modalidades, ou então, se isso não fosse aceite, criando uma equipa única representativa da modalidade.

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    1. Quanto ao tema "unificação", gostava de recordar o que tentou ser feito à uns anos.

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    2. Não estamos a falar numa unificação desse género.

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  4. Mas mais uma vez fica provado que não existem interessados em discutir estes assuntos.

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  5. Então o melhor seria o tal "clube único", mesmo para o futebol. É isso?

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  6. Esta questão já foi colocada várias vezes e começamos por discutir as modalidades que estão mais ameaçadas.
    Não têm que ser "clubes únicos". Como na altura referimos podem ser associações entre os clubes que até ao limite defenderam a respectiva modalidade.
    Mas o futebol não estará excluído desta discussão. Quando se vê um desinteresse tão grande da maioria dos madeirenses em relação às equipas regionais, quando os três principais clubes não conseguem encher uns Barreiros com capacidade para 10.000 espectadores, é pertinente discutirmos também o futebol, apesar de ser, de longe, o tema mais sensível.

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  7. Eu sempre o disse, os madeirenses não merecem ter uma equipa (muito menos duas) na I Liga.

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    1. Não concordo. A julgar pelas questões que aconteceram contra o Benfica nos Barreiros e a questão de dinheiros públicos, até concordo. Outro motivo que não seja estes não corroboro. Quem é que não quer sucesso "dos nossos"?

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    2. "Quem não quer sucesso 'dos nossos'?" Aí está. A larga maioria está de costas voltadas para "os seus", é essa a nossa triste realidade.

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  8. Foram muitos anos a mamar, muitos anos a encher os bolsos. As pessoas voltaram as costas para os seus, os clubes da Madeira, mais o Marítimo, são tratados como chulos, como clubes do regime e subsídio-dependentes.

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  9. Uma coisa é criticarmos a política desportiva seguida pelo Governo Regional, que nós também criticamos, outra, e aí cai-lhe a máscara, é estar a dizer que é mais o Marítimo, colocando-nos num patamar diferente de outros clubes apenas com o objectivo de denegrir a imagem do clube, numa estratégia que até tem dado resultados.
    Mas isso meu caro, não é o que se verifica. Basta ver a questão do estádio, basta ver o que nos aconteceu depois do famoso episódio com A. J. J. nos Barreiros quando fomos os únicos a lutar para manter o clube (os outros dois mostravam-se a favor da fusão), e o que o Marítimo atingiu antes do 25 de Abril.
    Mas não, o Marítimo é que é sempre o mau da fita, é que tem que apanhar sempre. Já estamos habituados.

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  10. Há uma equipa que até na apresentação da equipa aos sócios canta o hino do partido do regime, que faz chantagem para receber mais umas centenas de milhares de euros ... do governo, que tem SETE vice-presidentes, que tem gente a receber ordenados principescos para a nossa realidade, mas os chulos são os outros, o clube do regime é o Marítimo lol

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