domingo, 1 de abril de 2012

Cromos verde-rubros: Heitor



Nome Completo: Heitor Camarim Júnior
Data de Nascimento: 14 de Fevereiro de 1964 (48 anos)
Posição: Defesa direito
Épocas no Marítimo: de 1991 a 1995

Apesar de nunca ter jogado no nosso clube, ninguém me tira da cabeça que o Cristiano Ronaldo é do Marítimo. Ele alega amar o Sporting e dá nome a um campo sintético no meio dos pinheiros, mas o seu primeiro amor foi o Marítimo. Porque não há amor como o primeiro, ninguém me tira da cabeça que o Cristiano Ronaldo, quando começou a dar toques na bola, sonhava em conquistar títulos com a camisola maritimista. Aliás, jogar no Marítimo é a peça que lhe falta para vir a ser o melhor jogador de sempre. Contudo, más influências familiares levaram-no para equipas de dimensão mais pequena. Para provar esta minha teoria, apresento dois factos determinantes: Santo António e Heitor – num outro cromo vou apresentar algo irrefutável sobre as cores de CR7.
Comecemos por Santo António, freguesia que viu crescer Cristiano Ronaldo e onde se situa o nosso complexo. Como todo o miúdo local que sonhava em ser futebolista, CR7 mostrava a sua arte inata no pequeno campo de terra (agora um sintético que está ao abandono) abaixo do campo da Imaculada Conceição, e, provavelmente, faltava às aulas para ver os treinos do maior das ilhas.
E é nos hipotéticos treinos (e nos hipotéticos jogos) que assistiu do glorioso que o menino Cristiano ficou encantado com os livres de Heitor, fazendo a hipotética afirmação: “Um dia vou marcar livres assim.”
Hoje, CR7 encanta multidões pela forma como executa os seus livres, mas na década de 90 eram os livres de Heitor que faziam o Caldeirão explodir de alegria. Mas o actual presidente da Câmara Municipal, ou prefeito para os nossos amigos brasucas, de Laranjal Paulista, pequena município no Estado de São Paulo, nem quer ouvir comparações com o craque madeirense. “Se compararmos as imagens, ele tem uma batida mais seca e também treina muito, tal como eu fazia. No meu caso, batia com um pouco mais de efeito. É diferente, mas fico contente que um madeirense seja famoso mundialmente pelos seus livres. Eu marcava meio em jeito, meio em força”, atira o prefeito que marcava livres perfeitos, assumindo no fundo que o segredo é o mesmo: “Acima de tudo, muito treino.”

Atenção aos 42s.


Heitor era um exímio marcador de qualquer tipo de bolas paradas: os guarda-redes nem viam a cor da bola nos penálties e os seus cantos eram teleguiados para a cabeça do melhor cabeceador. Graças aos seus mísseis, o lateral tem o seu nome inscrito em dois momentos da história do futebol madeirense.
Depois de um ano ao serviço do Vitória de Guimarães, Heitor enfrentou uma fase negra ao serviço do Nacional e é no nosso rival que, a seis de Abril de 1989, marcou de grande penalidade o primeiro golo num dérbi madeirense na I Divisão – o jogo terminou empatado (1-1) com Jorge Silva a marcar pelas nossas cores.

Atenção ao minuto 1m39s


Quatro anos mais tarde, já no lado bom da força, ou seja, no Marítimo, outro remate do brasileiro entraria na história. A 28 de Setembro de 1993, o Caldeirão dos Barreiros estreava-se nos jogos europeus. Contudo, a primeira presença do nosso clube na então Taça Uefa não correu lá muito bem. A começar pelo sorteio, saindo em sorte os belgas do Antuérpia, formação finalista da Taça das Taças no ano anterior – fomos eliminados com uma derrota de 2-0 na Bélgica e um empate 2-2 no Funchal. Depois, na primeira mão um árbitro alemão anula um golo limpo a Jorge Andrade. Como não há duas sem três, ainda tivemos que levar com um guarda-redes sérvio de 43 anos, que, ao invés de pendurar as luvas e as chuteiras, resolveu adiar a história. Até que aos 67 minutos, numa altura em que perdíamos por 2-0 e a eliminatória já estava perdida, Ratko Svilar não conseguiu parar um livre à entrada da área. Estava feito o primeiro golo maritimista (e madeirense) na Europa. Foi mais um pedaço de história finalizado por Heitor.

Nota: As citações de Heitor são de uma entrevista ao Diário de Notícias da Madeira a 25/11/2011

4 comentários:

  1. João Gonçalo A. Figueira2 de abril de 2012 às 01:38

    Heitor! Um dos primeiros nomes, se não mesmo o primeiro, de jogares do CSM que decorei tal era a sua fama na altura em que comecei a ir à bola no caldeirão. E que bem batia os livres mesmo que, à minha vista à data, fossem quase de meio campo! Bom ponto de vista esse sobre o cr7!

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  2. Belos tempos do Heitor e do Cristiano Ronaldo com as camisolas alvi-negras! Grandes golos........

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  3. Foram belíssimo tempos, sobretudo a última época do Heitor no clube. Lembra-se?

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  4. Lembro-me sim. Infelizmente essa época foi pouco produtiva para o Heitor em termos de golos no campeonato. Não marcou nenhum :(

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