quarta-feira, 4 de abril de 2012

Cromos verde-rubros: Vado




Nome Completo: Osvaldo Couto Cardoso Pinto
Data de Nascimento: 5 de Março de 1969 (43 anos)
Posição: Médio
Épocas no Marítimo: 1991 a 1995


Muito se pode dizer sobre critérios. Há critérios justos, injustos e outros simplesmente estúpidos. Há ainda critérios que não são aplicados no tempo exacto. Por exemplo, o critério de desempate em caso de igualdade pontual na época 1993/94. Se fosse como actualmente, o Marítimo, que terminou o campeonato com os mesmos 38 pontos que o Boavista, teria vantagem no confronto directo – perdeu no Bessa por 3-2 e ganhou nos Barreiros por 1-0 -, acabando a temporada no quarto lugar. Contudo, nessa altura não se contava os golos fora e, como o total dos dois jogos resultou num 3-3, o critério utilizado foi a diferença de golos, que era favorável aos axadrezados.
Até à última jornada, os verde-rubros lutaram por essa classificação histórica. Na derradeira deslocação a Guimarães, o nulo teimava em persistir. Até que aos 78 minutos Paulo Autuori colocou em campo um jogador capaz de abrir de linhas passe para desbloquear o encontro. Mas Vado, mais habituado a servir do que a marcar, assumiu o papel de protagonista e, num belo remate de fora de área, decidiu o jogo a um minuto do fim. Infelizmente, o momento de magia do jovem internacional português foi em vão, pois o Boavista venceu o campeão Benfica e manteve o quarto lugar.
Com um 1,67m e 63kg, Vado demonstrou que os jogadores não se medem aos palmos. Tinha uma excelente visão de jogo, colocava a bola onde queria e até havia quem o comparasse a Maradona. “Acho que tenho o jeito de Maradona, só me falta o físico e dinheiro dele”, ironizou em entrevista “A Bola”, ainda como jogador do Portimonense.
O Maradona verde-rubro também mostrou o seu talento nos palcos europeus. Na primeira participação maritimista na Taça Uefa, fez um golo de canto directo, algo pouco vulgar, garantindo o empate no jogo da segunda mão (2-2) contra o Antuérpia. Se jogasse num dos clubes do sistema, provavelmente esse lance seria encontrado no youtube, bastando pesquisar “cantinho do Vado”.
A 18 de Outubro de 1994, dois colossos europeus defrontaram-se nos Barreiros: aquele que joga lá de 15 em 15 dias e a Juventus. Roberto Baggio, Vialli e Paulo Sousa eram algumas das estrelas orientadas por Marcello Lippi e ainda houve outras duas responsáveis pela injustiça na eliminatória – a “vecchia signora” ganhou por 1-0 nos Barreiros e por 2-1 em Turim. Um jovem de 25 anos, com aspecto cinquentão devido ao seu cabelo grisalho, chamado Ravanelli tratou de marcar os três golos italianos nas duas mãos. Depois, a sina do costume; um guarda-redes que defende tudo. Desta vez foi um tal de Peruzzi, considerado pela imprensa nacional e internacional como a figura da eliminatória.
Só em Turim é que o jovem guardião de 24 anos foi batido, através de um cabeceamento de Paulo Alves, mas na Madeira quase que Vado descobria a fórmula secreta para ultrapassar este italiano irritante. O baixinho apareceu solto de marcação na área, rematando colocado e com força, fora do alcance de Peruzzi, e fazendo tremer a baliza. Todo o estádio já gritava golo, só que a bola embateu com estrondo … na barra.

2 comentários:

  1. Em relação à época 1993/1994,o resultado de 3-2 com o Boavista foi nos Barreiros e não no Bessa, num jogo épico do Marítimo,em especial do falso-lento(?) Ademir Alcântara.Talvez o melhor jogo conseguido pelo Marítimo da era moderna.

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  2. Caro Artiles, está a confundir com a época 92/93, em que o Marítimo ganhou por 3-2 ao Boavista na penúltima jornada e garantiu a primeira qualificação europeia. Nesse jogo, estivemos a perder por 2-1 até aos 87 minutos e o Ademir marcou dois golos em dois minutos e virou o jogo. Grande festa no final. Sobre a época 93/94, os resultados que apresentei são os correctos. Defrontamos o Boavista no Bessa na primeira jornada e a 18ª nos Barreiros.

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