Mais uma bela página de história se escreveu na sexta-feira, com um jogo que ficará na memória de todos quanto estiveram presentes no Caldeirão por muitos e bons anos pelo que se passou em campo, mas também nas bancadas.
O Marítimo entrou forte, criou boas oportunidades e foi com naturalidade que aos 12 minutos Sami inaugurou o marcador. Depois a equipa adormeceu e o Feirense veio para a frente disposto a "fazer pela vida" e a querer complicar um noite que os adeptos desejavam que fosse tranquila. Chegou ao empate ao fechar a primeira-parte num grande (auto)golo de Robson, num momento sempre complicado mas que veio trazer justiça àquilo que se passou em campo e penalizar o recuo da equipa (alguns jogadores pareceram fisicamente não estar a 100%, o desgaste é muito para um plantel curto como o do Marítimo devido às contingências do nosso orçamento, e julgo que será no plano da "gestão física" do esforço de alguns elementos e da recuperação de outros que se definirá o resto da nossa época).
Na história do jogo há que fazer aqui um parêntesis para aqueles que foram os primeiros heróis improváveis. Uma equipa de infantis do clube encontrava-se na lateral sul e desde o início do jogo cantavam de forma entusiasmada, interagiam com as claques e animavam todo o público que ali estava. Depois, alguém nos "Templários" chamou-os e foi fantástico ver a pequenada a correr e a juntar-se aos mais velhos para continuar a apoiar e a arrancar sorrisos a toda a bancada. Grande momento. Inesquecível.
Na segunda-parte veio o Marítimo com uma enorme alma, sobretudo Robson que tentou redimir-se do erro e Danilo Dias que lutou até à exaustão (e pensamos que seria um dos jogadores "condicionados"). Do outro lado Paulo Lopes ia defendendo tudo, o "bandeirinha" ia inventando e o anti-jogo dos "fogaceiros" deixava o público de cabeça perdida.
Oportunidades iam sendo desperdiçadas (Benachour teve um remate à meia volta que por pouco não resultava num dos mais belos do campeonato) e novos jogadores iam sendo lançados para o assalto à baliza adversária. Entraram uns patinhos feios que, perdendo alguns lances e com o tempo a esgotar-se faziam alguns adeptos desesperar, outros abandonar a equipa saindo do estádio, até que, num momento de magia, Pouga toca a bola para Fidélis que com o seu pior pé dispara um balázio que quase fazia o estádio vir abaixo e tornou-se num novo (improvável) herói.
E o que ali se viveu, só quem lá esteve para sentir. Adeptos a subir as redes, polícia a tentar serenar os festejos, um estádio de pé a gritar Marítimo e a fazer lembrar outros tempos. Uma emoção e um enorme orgulho por este clube que parecia sentir-se na aura daquelas bancadas. Parecia que o Caldeirão segredava ao nosso ouvido "estou de volta".
© Andre Ladeira |
E vocês, como é que viveram este jogo?
P.S. Se tiverem fotos ou vídeos, sobretudo dos festejos do segundo golo, enviem para publicarmos.
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