quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Futebol português: a necessidade de uma (r)evolução

As discussões sobre arbitragens é um tema exclusivo a três equipas, como tantas outras situações num futebol português que desistiu de ser competitivo e que apenas existe para alimentar jornais, canais desportivos, interesses e adeptos dos clubes de Lisboa e Porto. São eles que, sozinhos, ditam a lei.
Será pedir muito que as regras sejam iguais para todos e que a comunicação social seja isenta? 
Quando uma destas equipas perde ou tem um lance em que é prejudicada é imediata a pressão dos seus dirigentes sobre os árbitros, com os media a dar-lhes primeiras páginas e programas inteiros com comentadores (lá vamos nós outra vez, destas três equipas) a rever os lances dezenas de vezes deixando o jogo para segundo plano. 
Já quando lances como o do Nolito (sumaríssimo?) acontecem, do Cardozo (sumaríssimo?), do Wolfswinkel (sumaríssimo?), das grandes penalidades em Alvalade, etcétera, etcétera, deixa de haver espaço, não se fala e passa-se à frente. A polémica já não interessa. 
Este futebol é deprimente e é sinal do país que temos. Só têm sucesso os "grandes", porque a estrutura está montada apenas para eles, apenas para que eles possam estar no topo. Os restantes não podem aspirar a mais do que a mediocridade porque assim mandam os interesses há muito instalados no nosso futebol e que ninguém parece interessado em combater. 
E que bonito que está o nosso futebol: estádios com assistências inferiores a 1.000, salários em atraso, clubes históricos a desaparecer, ... 
Os sinais estão aí mas são ignorados porque os "donos" do nosso futebol acham que enquanto a maioria estiver nas penúrias eles continuarão de barriga cheia. 
Para reflexão: 
1- Como seria a Premier League, a mais competitiva e espectacular Liga do mundo,  se os seus dirigentes seguissem o modelo português?
2- Qual o melhor modelo? Uma Liga em que apenas dois clubes lutam pelo título ou uma em que 5/6 equipas podem aspirar ao primeiro lugar? 
3- Não deveria a comunicação social ter um mínimo de regras? Programas desportivos com comentadores dos três clubes (não faz qualquer sentido, apenas ajuda a alimentar este circo) e em que 95% do programa é dedicado a eles? Jornais desportivos, idem ..
4- Para quem acha tudo isto muito normal, incluindo aqueles que trocam o clube que lhes é mais próximo por estes clubes de regime, acham normal que daqui a alguns anos sejamos todos de Real Madrid ou Barcelona, ignorando os clubes portugueses? 

Algumas imagens que não tivemos oportunidade de ver nos resumos televisivos porque simplesmente não interessavam. 


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