terça-feira, 6 de dezembro de 2011

"...o resto é paisagem."

Aos jornais, às televisões, às rádios deste país, só interessa satisfazer o regime "encarnado". E assim vamos vivendo com um futebol que devia ser para todos mas que é só para alguns. 
Quando empatam (apesar de, com todo o barulho, parecer que venceram) com um Manchester que está a fazer uma época de menor fulgor e que facilitou em demasia na L.C., fazem disso um grande feito, um grande acontecimento e é vê-los inchados de um orgulho despropositado e arrogante. 
Já quando são vencidos com todo o mérito por uma humilde e batalhadora equipa, aí a história é outra. 
Esta semana pouco se falou no Marítimo, que bem o merecia, preferiu-se mesmo com derrota, continuar a falar sempre do benfica. Em alguns casos dificilmente se percebia quem tinham sido os bravos heróis que haviam eliminado "os imbatíveis" da Taça de Portugal. Para isso basta ver as capas dos jornais desportivos, em primeiro plano Jorge Jesus.  
E depois, já que mesmo caídos em desgraça o que vende é falar dela, falou-se na gestão dos jogadores, no "erro de Jesus" ao deixar de fora jogadores nucleares, fazendo passar aos parolos leitores que, jogando mais este e aquele seria impossível à outra equipa vencer, porque eles são (eram) verdadeiramente imbatíveis. 
Mas, analisando bem a situação, creio que esse argumento não é correcto. Em relação ao jogo de Manchester, saíram da equipa Artur, Maxi, Luisão, B. César, Javi Garcia e Aimar, ou seja 6 jogadores. Vejamos: a saída de B. César é uma opção natural - tem os mesmos jogos a titular (6) que Saviola na Liga Portuguesa; a rotação na baliza o Marítimo também o fez (Ricardo é o 3º guarda-redes do plantel); Jardel no lugar do lesionado Luisão (J. Guilherme vem jogando pelo também lesionado Robson); e a troca de um lateral, Maxi, por opção, nós por obrigação (L. Olim no lugar do castigado Ruben Ferreira). 
Portanto, vistas as coisas e comparando as duas equipas, só dois jogadores (Aimar e Javi) desquilibraram esta contabilidade, o que numa equipa com um plantel tão extenso, com tantas e milionárias contratações no defeso, não deveria fazer qualquer diferença. 
Como se viu não estávamos na máxima força, mas isso ninguém referiu. Só interessava arranjar algo que desviasse atenções daquela que foi uma estrondosa  vitória do Marítimo que com uma equipal B está a fazer uma excelente campanha, tendo já conseguido vencer aos dois maiores clubes de Lisboa (é verdade, segundo a mesma comunicação social, a vitória de Alvalade também não teve qualquer mérito, a culpa foi do árbitro). 

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