Permitam-me recuar ao Mundial de Sub-20 realizado no México, para recordar o já anunciado destino dos laterais vice-campeões do Mundo. Ora, Cédric Soares, atleta do Sporting, com a contratação de Arias para a sua posição, foi emprestado à Académica, Luis Martins, jogador do Benfica, tem Capdevilla e Emerson à sua frente, sem esquecer Mário Rui, ex-Benfica, que depois de dispensado do plantel encarnado, viu-se obrigado a emigrar para Itália, onde joga no Gubbio 1910 (Série B). No meio deste deserto, que é a aposta nos jovens jogadores portugueses, a quem pelos vistos não basta terem sido vice-campeões do Mundo, encontramos Rúben Ferreira, também ele parte da "Geração da Coragem", mas com um destino bem mais feliz do que os seus colegas.
Com os primeiros passos no futebol a serem dados no União, Rúben cedo despertou a atenção dos verde-rubros, ingressando na equipa de Júniores A em 2007. A partir desse momento, o trajecto do jovem madeirense tem sido ascendente, afirmando-se primeiro no onze inicial do Marítimo B, e depois conquistando a titularidade na equipa principal já durante a presente época. Normalmente atento aos novos valores do futebol mundial, Luís Freitas Lobo inclui o lateral do Marítimo na sua rubrica "Observando as estrelas", com as seguintes palavras: "vai ganhando confiança com os jogos para subir mais e está sempre tranquilo na hora de decidir. Veremos a sua evolução."
Rúben Ferreira é um resultado improvável da cultura desportiva implementada em Portugal, e não me refiro à sua qualidade, já que felizmente ainda somos capazes de produzir bons valores, mas sim à oportunidade que lhe foi dada, à coragem que Pedro Martins teve para apostar neste jovem - quer seja por necessidade ou por convicção.
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