terça-feira, 5 de abril de 2011

Mentalidades.

"Sou do Marítimo e do Sporting. Como o Sporting é só tristezas vou vendo o Marítimo! Ora atão não é?" 
Dito isto, olha para mim à espera de aprovação. Rio-me de forma patética e abano a cabeça como que a dar-lhe razão. 
Cá dentro comecei a pensar na estupidez que significa esta ideia tão enraizada na cultura portuguesa. Apetecia virar-me ao homem e dizer-lhe: 
-"Sou do Benfica mas também do Porto. Como o Benfica tem sido só tristezas e humilhações vou festejando e vibrando com as vitórias do Porto! Atão não é?"
Ao que ele responderia: 
-"Mas não podes ser do Benfica e do Porto!"
E a besta teria toda a razão do seu lado. Não faz nenhum sentido ser destes dois clubes. Da mesma forma também não tem lógica nenhuma ser do Marítimo e de outro clube "grande". 
Quem gosta de verdade só pode gostar de um. E nós como ilhéus, tendo uma identidade própria fruto do nosso estatuto e localização geográfica, deveríamos ter outro culto, outra paixão, outra mística e bairrismo de volta do nosso Marítimo. 
O único sítio do país onde este bairrismo, este amor persiste, é para mim Guimarães. Invejo os adeptos do Guimarães e gostava de ter um povo como o da cidade-berço. Nem um clube grande conseguiria ter assistências de 30.000 na II Liga e isso quer dizer alguma coisa. 


Começam a aparecer aí movimentos como o "Sentimento CSM 100%" a tentar remar contra a maré. Oxalá o movimento cresça cada vez mais e que consigamos inverter este triste panorama. Este é o meu contributo. 

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