quinta-feira, 21 de junho de 2012

Desporto regional, que futuro?

O velejador madeirense, um dos mais respeitados desportistas portugueses, que participará em Londres na sua sexta olimpíada, em entrevista ao "DN" apresentou as suas ideias sobre aquele que deveria ser o novo modelo desportivo regional. 

"Pagamos um leque de apoios de tantas modalidades e isso não é sustentável na actual realidade, e vamos ter de fazer opções muito drásticas se quisermos continuar a ter representações nalguns desportos e modalidades que fazem sentido para a Região e que fazem sentido para a sociedade madeirense."
".. continuo a ser um defensor acérrimo do clube único e não falo só do futebol. Não faz sentido termos duas representações na I Divisão, porque isso tem custos incomportáveis. Perdoem-me os maritimistas e nacionalistas mas esta é uma questão pragmática e a actual situação não é viável." 
"Temos um número absurdo de clubes na região e isso, obviamente, resulta na dispersão de meios que são escassos. Se nós não nos unirmos não vamos continuar a ter as prestações que temos tido até agora." 

É urgente debatermos estas questões, é urgente tentarmos consensos, encontrarmos sinergias e modelos viáveis que possam desenvolver o desporto regional, criando condições para que as diferentes modalidades possam lutar por títulos nacionais, para termos mais atletas olímpicos e nas selecções nacionais, e para que o desporto tenha um ainda maior peso na economia regional. 
Mas não há interesse nesse debate, não parece existir essa via infelizmente. As palavras do J. Rodrigues deviam servir, por si só, para atiçar essa discussão, mas não fizeram ondas e continua(rá) tudo igual (do mesmo mal nos queixamos desde o início deste projecto. Tentamos lançar debates que nunca chegam a acontecer). 

17 comentários:

  1. Qual é a tua opinião irredutivel?

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  2. A minha opinião é a de que devia haver maior interesse na discussão destas questões, coisa que não se verifica.

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  3. O desporto regional tem tanto futuro quanto este blog. Que penúrias.

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  4. Não concordo Irredutível,talvez possa não ser perceptível mas,o BLOG é muito falado entre os MARITIMISTAS,muito mesmo!Discutido ,relatado..e mais importante é falado as questões bases que nós defendemos : 100% MARÍTIMO .Compreendo a frustração mas,as sementes estão a ser jogadas e mais tarde ou mais cedo vamos sentir evoluções !! Do fundo do coração espero que não acabes com o projecto e ,quem diz eu diz muitos que partilham desta minha opinião.MARÍTIMOOO sentimento 100%

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  5. Em termos humanos, monetários e logísticos, é claro que o «clube único» era uma mais valia para o desporto da região e para os resultados desportivos, basta olharmos para o Madeira SAD e o CAB Madeira. Em relação ao futebol, o projecto para a criação do clube único criado pelo João Jardim poderia ter hoje muito melhores resultados do que temos visto com o Marítimo e Nacional, 4º e 5º lugares... meias-finais da Taça e pouco mais. É claro que unir os três grandes do Funchal para a criação de um clube dava outra proporção e certamente, haveria recursos e meios para lutar mesmo pela qualificação para a Liga dos Campeões e vencer a Taça de Portugal. Mas, ao andar a dividir esforços e repartir a fatia de bolo por todos, é claro que vamos andar sempre em 5º lugares...
    Mas pronto, sou Maritimista... mas tudo o que vier em prol da Madeira recebe a minha aprovação.

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    1. Melhor, diria da seguinte maneira: Se com o clube único tivermos equipa para ser campeões nacionais, vencer Taças de Portugal, ir a Ligas dos Campeões, criar uma nova ordem desportiva na Madeira, uma mentalidade bairrista e 100% orgulhosa... aprovaria sem hesitação o projecto.

      Mas também parece-me que o povo madeirense está mais interessado nos clube do continente.

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  6. só podes tar a brincar Marco ou então não digas que és maritimista !! respeito por 1997 e por quem lutou por isso !! clube único ?!!?!?!? AHAHHAHAHAHHAHAHAHAHHAHAHHAHAHAHHAHAHA ALMIRANTE 1910 !!!! fanatics

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    1. Eu comentei acima de tudo como madeirense, quero sempre o bem da minha terra - porque sem ela não é possível ter nenhum representante.
      Sobre isso, o albertinho disse: "Uma coisa são o que pensam 300 mil pessoas e outra são dez mil a assobiar num estádio, com a agravante de que quem paga são as 300 mil", se o dinheiro dos 300 mil fosse todo centrado para um único clube certamente os resultados desportivos seriam outros. Isto é uma opinião e não significa rigorosamente nada, porque sou MARITIMISTA e acima de tudo quero o melhor para a minha terra, que deve estar acima de qualquer coisa. Fico feliz por ver o CAB Madeira e o Madeira SAD a ganharem troféus nacionais, não sentir-me-ia de igual modo se fosse com o futebol?

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    2. E acrescento, dizer ou afirmar que um clube único na Madeira traria melhores resultados não significa que estou a trair o meu clube, porque trata-se de um comentário lógico. É o mesmo que dizer que os três grandes em Portugal juntos formavam uma super-equipa, todos os comentadores e afins iria afirmar o mesmo, mas não representa que esta opinião seja verdade ou que vá a suceder.
      Eu concordaria com um referendo ao povo madeirense para fazer uma fusão de clubes, isto é: se o Marítimo anexava os outros dois e vice-versa, aí, o povo votava, é claro que o nacional não aceitaria participar porque sabe perfeitamente que perderia, porque o Marítimo é o mais popular e amado pela população.

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  7. O que existimos é o resultado da má politica desportiva regional onde o verdadeiro objectivo era por o desporto ao serviço da politica e dar votos ao partido do poder e não por o desporto ao serviço das pessoas!Ao longo dos anos vimos o descontrolo e o gamanço que certos dirigentes desportivos faziam ao longo dos anos! Surgiam clubes atrás de clubes e depois iam ao IDRAM pedir guito! É óbvio que o sistema não ia aguentar.O sistema desportivo tem de estar ao serviço dos sócios e da comunidade .Cada um tem de viver com que tem ! Mesmo que haja um clube único o problema iria manter-se! O tal clube seria no máximo um Braga da actualidade! Há um bom exemplo,o Athletic club,que não ganha titulos à anos mas tem um apoio incrivel da sua comunidade e o estádio sempre cheio! Ganhar é bom mas para eles o que importa é apoiar o seu clube,simbolo de um povo e que representa um modo de vida e de cultura e não ganhar por ganhar e não há mais nada de nobre do que isso! Ora um clube que tem poucas hipóteses de ganhar aos grandes e onde hoje em dia toda a gente quer ganhar por isso os pequenos clube têm de criar algo de especial que crie efectos com a sua região,como o Athletic clube ou outros! Temos de ser diferentes e valorizá-los e não ganhar a tudo o custo!

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    1. Há quem está vacinado contra o futebol moderno, mas há quem não esteja, diria mesmo que a maioria da população madeirense. Quando era bem puto, ouvia-se falar no Marítimo, todas as pessoas sentiam carinho e simpatia, era de facto o seu clube. E agora? onde é que andam esses valores? se fizermos uma reportagem na Madeira serão poucas as pessoas que vou afirmar que o seu clube é o Marítimo.

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  8. A minha visão é a de que nós não temos dimensão, muito menos argumentos financeiros para continuar nos moldes (incomportáveis) actuais.
    Esta crise deve ser tida como uma oportunidade. Chega de brincarmos aos clubes e às associações, de andar a pedinchar ao governo sedes, campos e pavilhões, de andarmos com lutas pessoais e rivalidades bacocas. É hora de aproveitar o que existe e de desenvolver o desporto regional.
    Há que definir quem devem ser os clubes a representar a modalidade a ou b a nível nacional (ou então apostar na fusão desses clubes), traçar um plano para as camadas jovens, apostar na Universidade da Madeira para a formação de treinadores, dirigentes, metodologias de treino, etc. , e criar campeonatos amadores para a maioria dos desportos (a maioria dos clubes, por si, nem têm receita para fazer face à organização dos jogos).

    Quanto ao "clube único" no futebol, a matéria mais sensível de toda esta discussão, como sócio e adepto não poderia estar de acordo mas quando vejo as assistências nos estádios da região, quando lutamos (eu e tantos outros teimosos resistentes) por recuperar a identidade, a mística, a grandeza deste clube (que tem um potencial gigantesco) e depois notamos que a maioria prefere os clubes e as lutas dos outros, com uma mentalidade antagónica ao que se passa, no exemplo que foi dado, do país basco, fica a questão: será que vale a pena esta luta tremenda para estarmos na I Liga quando a maioria dos madeirenses só se lembra de Marítimo, Nacional e União quando estes jogam com os "seus" clubes de Lisboa e Porto?

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    1. Não poderia estar mais de acordo, mas existe quem queria vencer pequenas batalhas e andar constantemente em discussões parvas. Enfim, é mesmo de «De vitória em vitória até à derrota final». Com o dinheiro que o Marítimo, Nacional e União possuem, dava para lutarmos para o título nacional, e teríamos cerca de 300 mil pessoas connosco. Mas, o que interessa afinal é andar nestas discussões e marcar de vez em quando algumas presenças na Liga Europa.

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    2. A questão não é assim tão simples, daí a discussão ser pertinente.
      Não vejo que seja possível unir os três grandes do futebol regional numa espécie de Madeira SAD, como também, apesar das dificuldades que alguns desses clubes enfrentarão na(s) próxima(s) época(s) e que colocarão em causa a sua sobrevivência, que estes aceitem ser "anexados" a outros.
      A meu ver, temos que pôr de lado os caprichos pessoais de meia-dúzia e estar unidos para que o desporto na R.A.M. continue a produzir bons resultados em algumas modalidades e a melhorar noutras. Nas ditas "amadoras" não haverá espaço para mais do que uma equipa por modalidade (e aí entram as fusões ou parcerias, p.e. Marítimo e A.D. Machico no Voleibol, C.S.M e São Roque no Hóquei, ...). Já no futebol, reconhecendo que a criação de um "clube único" seria muito complicada, provavelmente teremos que esperar para ver se nos adaptamos a uma nova realidade e deixar que o "mercado" faça a sua selecção.
      Quando pergunto "será que vale a pena esta luta tremenda para estarmos na I Liga", não estou a defender o clube único, estou a afirmar que, infelizmente, a maioria não merece ter estas equipas na I Liga.

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  9. Não concordo com a ideia do clube único. Defendo antes o único clube, que é o MARÍTIMO.
    De início também não via com maus olhos essa ideia, mas a pessoa que incutiu em mim o Maritimismo (o meu pai) fez-me ver a coisa com outros olhos. Criar esse clube único seria apenas uma maneira de desvirtuar todo o histórico e mística que o Marítimo tem. Um clube único nunca seria o clube que ganhou o campeonato de 1926, nunca seria o clube de fora do continente português que subiu à 1ªdivisão pagando as deslocações de equipas adversárias e de árbitros às suas expensas, nunca seria o clube que chegou à dinal de 2 taças de Portugal e nunca seria o clube que conseguiu a primeira presença madeirense na Taça Uefa.

    Quanto ao facto de lutarmos pelo título. Talvez, mas sempre sendo uma espécie de Braga, um outsider.
    Quanto ao facto de termos 300 mil apoiantes; Falso! Com a pequenez de espírito dos madeirenses (doa ou não é isto mesmo), as romarias para prestar vassalagem aos 3 estarolas e as paixões platónicas pelos clubes da metrópole teríamos os mesmos, ou talvez ainda menos (devido à perda de mística) a apoiar esse tal clube único.

    Portanto, o caminho não é criar um clube único. É cativar as pessoas, os madeirenses, os tais que prestam vassalagem aos estarolas, de modo a que consigamos ter uma mentalidade como a de Guimarães e um crescimento como o do Braga nos últimos anos.
    Isto trará mais sócios. Mais sócios trazem mais receitas. E o caminho é mesmo esse, independência do poder e dos assuntos políticos.


    O administrador do blogue Marítimo no Rectângulo

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    1. Com tanta informação e meios, infelizmente existe madeirenses que teimam em vergar pelos estarolas. Já referenciamos milhares de vezes os adeptos vimaranenses como exemplo, mesmo assim, não entendo como é que existe madeirenses que insistem em escolher esses clubes como seus, quando de «seus» têm muito pouco. Como é que a cidade de Guimarães, pequena e com quase 100 mil habitantes consegue encher o Dom Afonso Henriques (30 mil pessoas) e levar mais adeptos do que os 3 grandes aos jogos fora de portas? recordam-se de Coimbra? o Vitória levou 8 MIL adeptos (e atenção, são somente daquela cidade... não é camaleões de Coimbra). E ao jamor? levaram 17 mil adeptos e todos eram de Guimarães, já o FC Porco era apoiado por adeptos de Lisboa, do Algarve, Setúbal, etc... pergunto-vos, como é que isto é possível? O Braga só serve de exemplo no que diz respeito à gerência, porque de adeptos é zero.. em Braga é o Benfica quem manda... quando jogo esse clube de Lisboa os bracarenses só mudam de cachecol.

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  10. A nossa crença, a nossa luta é essa ("cativar as pessoas, os madeirenses, os tais que prestam vassalagem aos estarolas, de modo a que consigamos ter uma mentalidade como a de Guimarães e um crescimento como o do Braga nos últimos anos. Isto trará mais sócios. Mais sócios trazem mais receitas. E o caminho é mesmo esse, independência do poder e dos assuntos políticos.") e o nosso medo e frustração também ("Com a pequenez de espírito dos madeirenses (doa ou não é isto mesmo), as romarias para prestar vassalagem aos 3 estarolas e as paixões platónicas pelos clubes da metrópole...").
    Um bem haja ao "Marítimo no Rectângulo" pelo exemplo de amor e dedicação ao nosso Marítimo, à nossa grande causa.

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